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O Mundo De Sofia

Introdução

Se algum dia decidir que irá ler esta obra, que livro fantástico terá em suas mãos. Considero esta obra como algo que todo ser humano deveria ler. Um romance fantástico extremamente rico em conteúdo, que nos introduz aos grandes autores e acontecimentos na história da humanidade de maneira linear e conectada. Idealmente (e controverso), gostaria muito que o leitor abandonasse aqui a leitura deste blog e vá imediatamente adquirir o livro, tenho certeza que lhe será uma experiência única.

O Inicio, os filósofos da natureza

Como dito anteriormente na obra, por diversas vezes na história humana, sem acesso ao conhecimento atual de ciências que temos, os homens inicialmente atribuíram a deuses ou seres superiores os acontecimentos os quais não podiam explicar, tal como a mitologia Nórdica, grega e diversas outras. Afinal, como explicar o fenômeno da chuva para aqueles homens que não possuíam nenhuma base moderna de ciência? Imagine o que pensaria você sem nenhum conhecimento de como é o mundo ao ver magicamente a água cair dos céus alguns dias sim e outros não, e que ao ocorrer este fenômeno, a vida podia emergir da terra, tal como as flores ou os próprios alimentos que os mantinham vivos. O caminho natural é que fenômenos como estes sejam atribuídos a seres superiores, e assim foi durante muito tempo da história humana, até que os primeiros filósofos questionam tais mitos.

Sofia é apresentada a origem da Filosofia, esta que surge com os três primeiros filósofos de Mileto, que confrontam os mitos de suas épocas e buscam explicar a natureza. Perceba que os gregos não estão preocupados com a origem do universo, ou se ele sempre existiu ou se foi criado e por quem foi criado,questões essas que só poderiam vir a serem discutidas posteriormente. Neste momento a natureza é muito mais curiosa do que qualquer outra coisa.

Como pode um bebê surgir de dentro da mãe? Como pode um peixe viver dentro da água,? Ou como árvores e flores nascem da terra sem vida? Qual a origem da vida? O que está por trás disso tudo?

Tales de Mileto diz que a origem da vida é a água. Anaxímenes, sustentava que era o ar. Anaximandro dizia que o mundo é apenas um de muitos que existem. E se dissolve em algo que ele chamou de o indefinido. A substância primordial não era a água, nem o ar. Mas sim o indeterminado.

Na sequência, Parmênides e Heráclito, filósofos do sul da Itália (uma colônia grega na época), representam uma virada significativa em direção ao uso mais intenso da razão. Parmênides postula princípios fundamentais, argumentando que nada pode se transformar, estabelecendo uma visão de estabilidade e permanência. Por outro lado, Heráclito, de maneira intrigante, observa contradições na natureza e nas palavras. Ele enfatiza a importância da razão ao discutir conceitos como dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, o que seria discutido amplamente mais tarde com a chegada de Sócrates e Platão.

Heráclito expressa sua visão por meio do termo “Logos”, um conceito amplo que pode ser entendido como uma força ordenadora subjacente ao universo. Embora seja representado como Deus, a palavra “Logos” encapsula a natureza dual e contraditória do mundo, repleto de transformações inconstantes. Heráclito acredita que essa força divina se revela na própria natureza, onde a mudança é constante e inevitável.

A disputa entre Parmênides e Heráclito destaca um dilema filosófico crucial: devemos confiar na razão, como defendido por Parmênides, que nega a transformação, ou acreditar nos sentidos, como proposto por Heráclito, que enfatiza a natureza mutável e contraditória da realidade? Devemos confiar no que nos diz a razão ou acreditar nos sentidos?

Continuando a exploração das ideias filosóficas na Grécia Antiga, Empédocles emerge como uma figura que busca reconciliar as divergências entre os filósofos prévios, especialmente aqueles de Mileto. Ele argumenta que a causa da divergência reside na insistência desses pensadores em uma única substância fundamental, seja ela água, ar, fogo ou o indefinido. Empédocles propõe que existem quatro raízes fundamentais - terra, ar, fogo e água - e que todas as coisas derivam desses elementos. Para enxergar, tudo é composto desses quatro, e portanto, nossos próprios olhos. O fogo do olho seria responsável por enxergar fogo, a terra no olho seria responsável por enxergar a terra.

Anaxágoras é o próximo filósofo, e para ele era inaceitável a ideia de que terra, ar, fogo e água se transformassem em ossos ou sangue. Para ele, a natureza é composta de inúmeros pedaços pequenos e imperceptíveis a olho nu. Para ele, em tudo existe um pouco de tudo, e por isso na pele e no cabelo existiria um pouco de leite, da mesma maneira que no leite existiria um pouco de pele e cabelo. Anaxágoras chamava a isso de sementes, e é o primeiro filósofo de Atenas que temos registro na história.

O último dos filósofos da natureza é Demócrito, que propõe a ideia de átomo (indivisível em grego), uma ideia mais sofisticada do pensamento de Anaxágoras que já estava indo nessa direção ao propor que em tudo existe um pouco de tudo. Demócrito diz que devem existir centenas ou milhares destes átomos, e que estes compõe os mais diversos objetos e vida que podemos observar. Demócrito ainda acreditava que ao observarmos a lua estávamos olhando para átomos lunares, e que em nossa alma estavam os átomos da alma, e que a consciência era algo intimamente ligada ao cérebro, uma vez que jamais fora observada quando um cérebro deixa de funcionar. Não acreditava na imortalidade da alma, e dizia que ao morrer o homem, estes átomos de alma iriam se juntar e criar novas almas, semelhante a ideia de que o átomo em nossa garganta uma vez pode ter sido parte de um dinossauro. Por este motivo, Demócrito era dito um Materialista.


Passando desta escrita, seguirei agora com algo mais palpável , e devo dizer que especificamente no dia de hoje me dei por conta que deveria tentar escrever de uma outra maneira, uma maneira menos descritiva a respeito de cada um dos assuntos, e mais voltada aos conceitos principais da obra, pois do contrário, dedico pouquíssimas vezes um intervalo do dia para a escrita, e até por vezes perco a vontade de ler pensando que teria que escrever a respeito posteriormente.


Sócrates, Platão e Aristóteles

O livro segue com a introdução dos filósofos gregos, sendo estes Sócrates, Platão e Aristóteles. Alberto passa noções breves de que pontos discutiam cada um dos filósofos e quem eram, como Sócrates era aquele que dizia não saber nada, e que o oráculo de Delfos disse que ele era o mais sábio dos homens, e que por muitas vezes acabou dialogando com aqueles que julgava serem mais sábios que ele mesmo, até que por fim sempre concluía que de fato aqueles homens tão certos de suas ideias não poderiam ser mais sábios do que ele, pois suas próprias ideias de que tanta convicção tinham não podiam ser sustentadas na sua presença (ao serem questionados pelo método irônico de Sócrates que fingia nada saber enquanto fazia perguntas, até o ponto em que as ideias não conseguiam mais ser sustentadas). Sofia é introduzida a dualidade de Platão, e como ele era um homem que acreditava na imortalidade da alma acima de tudo, e como ele acreditava que o mundo era dividido em dois, o mundo real que sentíamos e o mundo das formas/ideias. Sofia é introduzida em ordem cronológica através de algumas perguntas que nos fazem acompanhar um processo semelhante tal o qual o filósofo em si teve de se deparar em sua época. Platão era um homem que acreditava que o mundo mais real que poderia existir era o mundo das ideias, aquele que poderia ser alcançado somente através da razão, e do qual nossa alma um dia fez parte antes de habitar nosso corpo, e para onde ela deve voltar e fazer uma nova vida no dia da morte de nosso corpo atual. Por fim, Sofia é introduzida a Aristóteles, um homem extremamente metódico vindo da Macedônia, que entra na Academia de Platão quando o mesmo já está na casa dos 60 anos. Contrário a Platão, Aristóteles era um homem que acreditava que o mundo mais real que podemos alcançar é visto através dos sentidos, e não por acaso Aristóteles foi o primeiro biólogo, que não apenas se dedicou a separar metodicamente as ciências como deixou uma vasta obra tangindo as mais diferentes áreas como lógica, física, metafísica, biologia, retórica, matemática dentre outras. Aristóteles traz diversas críticas a Platão, mas a maior herança cronológica que é passada com esses três é a ideia de um Deus único alcançado através da razão, e não múltiplos deuses que antes eram alcançados pela fé em diferentes momentos da história humana (gregos, romanos, nórdicos). Veja, Sócrates foi acusado de não acreditar nos mesmos Deuses da cidade, Platão acreditava que um único Deus era aquele que criou o mundo das formas, e o mesmo nos conta em seus diálogos a respeito deste Deus sem nome (quando por exemplo fala sobre a imortalidade da alma, ou sobre a imagem divina que criou as formas originais as quais o nosso mundo é apenas uma sombra), e Aristóteles fala sobre o primeiro motor que é necessário para existir a ideia de ato e potência, este que é um ser que nada antecede, pois para Aristóteles alguém precisa ter posto as coisas em movimento (acredito que deve ser discutido em Metafísica). Veja que nesta passagem vou me ater a ideias centrais e genéricas destes 3 que tem uma obra tão vasta, Aristóteles ainda traz que as ideias não são inatas (contrariando Platão que diz que primeiro existe a forma e depois percebemos algo, mas como perceberemos algo que sequer conhecemos ainda no mundo físico? Como perceberia alguém um cachorro sem nunca tê-lo visto? Como poderia imaginar um sem nunca ter visto? Platão diria que a forma do cachorro já existia antes do cachorro existir) e traz consigo diversas contribuições, algumas delas também descritas no livro, e muitas outras que foram ignoradas pois não é o propósito da obra analisar cada uma das contribuições ou evolução de cada uma das obras dos filósofos, e também para facilitar o meu lado, vou me abster de entrar em detalhes de tudo o que é discutido a respeito de cada tópico na obra.

A herança dos grandes, o Helenismo

Após a morte de Aristoteles temos os movimentos filosófios na Grécia conhecidos como os cínicos, os estóicos e os epicuristas

O cristianismo

A idade das trevas

A Renascença

O Barroco

Descartes

Espinosa, Locke e Hume

O Iluminismo

Kant

Hegel, Kierkegaard

Marx

Darwin

Freud

A festa no jardim

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